Tag Archives: Politica

Para si caro Amigo(a) que se diz apolítico ou que não se interessa por política

 

Corrupção, escândalos, falta de representatividade. Não é à toa que as pessoas se sentem afastadas da política.

Hoje em dia é muito comum ouvirmos dizer “não gosto de política”, “prefiro não me envolver, “dou-me bem com toda a gente” ou  “os políticos são corruptos, ladrões e mentirosos”.

Muitos dirão, ainda, que a “político não presta” fazendo que com os bons se desinteressem e se afastem deixando-a aos cuidados de alguns demagogos que a usam para proveito próprio e não para o bem comum.

Promessas a tudo e a todos, gente enganada, populismos, acções desonestas e demagogia quanto baste, levou muitas pessoas a desacreditarem da política e dos políticos e a meterem erradamente tudo no mesmo saco, afastando-se da intervenção activa  e até mesmo a  não exercerem o seu direito de voto

Esta desconfiança que leva ao desinteresse tem afastado muitos Figueiroenses da política e é até uma ameaça a própria democracia.

No dia-a-dia, quando se fala de política, alguns ainda pensam nela como uma coisa de políticos e para políticos. Será que é assim? Afinal, o que é que o caro Amigo(a), que até não se interessa muito por estas coisas, tem a ver com a política? Eu respondo: Tem tudo.

Recuso a ideia instalada de que a política é propriedade dos políticos. Não. A política pode e deve ser diferente. Comigo, consigo, connosco. Figueiró pode, deve e vai ser diferente. Com todos e para todos. Sou daqueles que acredito que os Figueiroenses, todos eles, têm o direito de desejar e construir um futuro melhor.

A política está, assim, sempre presente na vida das pessoas até quando você caro Amigo(a), que se diz apolítico ou não se interessa por estas coisas, decide não participar na política. Até aí está a fazer política. Está a ser conservador ao deixar que as coisas permaneçam como estão, a deixar que a situação se mantenha, em vez de optar pela mudança.

Uma outra razão que contribui para o afastamento da politica é que o eleitor desconhece, com frequência, o significado da representação política e não atribui a devida importância àquele em quem votou, que após ter o seu voto age em seu nome e toma decisões em que você não se revê.  É por isso que existe a necessidade de conhecer muito bem essas pessoas para saber se elas são dignas da sua confiança e se possuem condições de credibilidade, honestidade e competência para exercer o cargo em seu nome. Pois, como costumo dizer, os cargos não se ocupam, exercem-se.

Daí, caro Amigo(a) a importância da sua participação. Se muitos permanecerem assim, desinteressados, deixam as decisões para outros e um grupo limitado acabará por tomar, a seu belo prazer e sem escrutínio público, as decisões que o vão afetar no dia a dia ou até tomar decisões em proveito próprio e de uns quantos correligionários.

Nenhuma actividade será mais nobre do que a política porque a quem a exerce serão pedidas grandes qualidades morais, de ética e de competência, em que estas qualidades não podem ser diferentes das qualidades da vida pessoa, pois ao enveredar por ela o seu passado é escrutinado em função do que fez e do que se propõe fazer no futuro.

A política faz, pois, parte do dia-a-dia e diz respeito, sobretudo, às escolhas que fazemos. Cada vez que fazemos uma escolha, tomamos uma decisão e a colocamos em prática estamos a fazer politica. E isso não é, necessariamente, mau.

O que é mau e não interessa, caro Amigo(a) é a politicagem, o uso e abuso da política para fins pessoais ou insondáveis.  Por principio o homem ou a mulher que faz política são bons, o que não presta é o politiqueiro, aquele que usa a política para outros fins que não o bem comum, desdobrando-se em vigarices e outras práticas desonestas. O que não presta é o politiqueiro que ora usando e abusando da demagogia vai prometendo tudo e a todos sabendo que o não pode cumprir enganando, deliberada e propositadamente, quem nele confia.

Compreendo caro Amigo(a) que se sinta desiludido com esta maneira de ser e de estar. Compreendo até que se afaste, não queira ser visto como mais um e goste de andar de cabeça erguida, fazendo jus aos ditados populares “Diz-me com quem andas, dir-te-ei que és”  ou “ Junta-te aos bons e serás um deles. Junta-te aos maus e serás pior do que eles.”.

Compreendo tudo isto, caro Amigo(a) mas permita-me que lhe lembre esta frase de  Marthin Luther King  “Não tenho medo do grito dos violentos, dos corruptos, dos desonestos, dos sem-caráter, dos sem-ética. Tenho medo é do silêncio dos bons”.

Não será por vezes o silêncio uma forma de demissão da nossa própria responsabilidade? Não será que o silêncio deixa ainda mais espaço para o tráfico de influências, para o populismo ou para a rede de interesses?

Mas, caro Amigo(a) fazer política não é só ser candidato a algum cargo, é também aquele ou aquela que pode ajudar a esclarecer, a motivar e com isso diminuir a abstenção. É também aquele ou aquela que dá um pouco do seu tempo para vencer o pessimismo derrotista do “não vale a pena”, do “está tudo decidido”, ou do “não adianta fazer nada”.

Caro Amigo(a) aproximam-se eleições autárquicas e a sua participação e envolvimento são importantes.

O “cruzar os braços” pode até ser mais fácil, mas não é certamente a melhor atitude.

Não vale a pena estarmo-nos sempre a queixar de  que está mau, que não há isto ou aquilo, que os outros são melhores se continuarmos a assobiar para o lado. Reafirmo o que disse atrás, a política não é propriedade dos políticos. A política pode e deve ser diferente. Comigo, consigo, connosco. Figueiró pode, deve e vai ser diferente. Com todos e para todos.

 

E agora, você ainda acha que não tem nada a ver com a política?