OS PERIGOS DO VAMOS ANDANDO

Vamos andando | Não raras vezes quando falamos com alguns amigos e conhecidos e perguntamos como vão, eles respondem: Vamos andando.

A verdade é que nem sempre vamos andando, por vezes, alguns dizem, vai-se andando ou vai-se indo. Ambas as expressões deixam antever uma certa resignação, de um estar qualquer coisa, que, em bom rigor, resvala para um estado de deixa andar que cá vamos andando com a cabeça entre as orelhas.

Muitos poucos fazem ou acreditam em fazer mais e melhor.  E então a nossa versão dos políticos que temos são prova disso. Todos eles.

Uns dizem: Eles que façam. Mas já percebemos que eles não fazem. Ou porque não sabem, ou porque não querem ou porque não podem, concretizar o que prometeram sabendo que era impossível de realizar.

Na melhor das hipóteses, vão andando como os que os que os apoiam os “vamos andando”.

Muito do que é necessário fazer para solucionar os problemas que estão a estrangular o nosso concelho e a transformá-lo num atoleiro esbarra num sem-número de “vamos andando” que condicionam à partida qualquer veleidade de mudança.

Indiferentes à realidade lá vão andando na expectativa de que os problemas se resolvam sozinhos, sabendo que dificilmente será desta que se decidem a fazer o que é necessário para termos uma vida melhor.

É por isso que uma maioria de Figueiroenses continuará a “ir andando” acomodada, reverente e obrigada.  Assim como assim, não será a primeira vez que isto deu resultado, para os mesmos.

Outros  entram e saem de crises, mas Figueiró vive nesse estado há  demasiados anos. É como se o desenvolvimento dos outros fosse uma excepção, mas como estamos ligados à máquina do vamos andando, nem damos por eles.

Daí que não haja nada mais Figueiroense do que, perante uma pergunta de como vai, se afirmar: “Vamos andando, vamos indo”.

Esta uma versão curta e simplificada da maneira de ser e estar de muitos e não são simples afirmações de circunstância elas refletem uma forma de ser e estar pessoal, social e política. Significa, antes de mais, que não se pára para pensar e escrutinar, vai-se andando. Demonstra, ainda, que podia haver maior exigência para com quem nos governa, mas vai-se andando.

À maneira de quem nos dá música e festa, ao contrário de emprego, progresso e desenvolvimento,  continuaremos mais pobres, mas alegres e animados. A grande vantagem de ser Figueiroenses é que isso pouco nos afecta, porque dificilmente sairemos do nosso eterno estado de vamos andando.  Até lá, vamos andando, enquanto esperamos que o concelho aprenda que o vamos andando já não dá para mais.

Por isso, não desesperem. Afinal, vai-se andando.

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