Restaurante do Viveiro das Trutas em Campelo encerrou

O Restaurante do Viveiro das Trutas em Campelo fechou.  Lamento o facto e agradeço a quem tentou, investiu na sua terra e sonhou com um amanhã melhor.

Na reunião de câmara de 29 de marco de 2017, enquanto vereador, tive e oportunidade de felicitar  a jovem que escolheu a sua terra para investir desejando-lhe os maiores  sucessos alicerçados na vontade e no crer, mas sobretudo na  formação certificada de entidade competente na área da hotelaria que possuía e que  levaria a pensar que tudo seria diferente e para melhor.

Assim não foi e por variadas razões.

Considero que a solução de futuro e viável para o bar / restaurante do Viveiro das Trutas passará sempre por um empenhamento muito forte da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia. Cada um ao seu nível.

A Câmara Municipal proprietária do espaço não deve remeter-se a concessioná-lo e a ficar-se por aqui. Note-se que o Município tem vários espaços distribuídos pelo concelho e não tem uma política definida para isso. Veja-se o Restaurante do Casal São Simão, O Bar do mercado, o Bar da Praia Fluvial de Aldeia Ana de Avis, O Bar da Praia Fluvial das Fragas, O Parque de Campismo, o Bar do jardim Municipal. Cada um entregue aos concessionários e nenhum deles integrado num fio condutor de uma politica de promoção turística e cultural, das freguesias e  do Concelho que deveria ser diferenciadora que dê lugar ao aparecimento de novos destinos e de novos visitantes.

Sou dos que pensam que a Câmara Municipal não tem vocação para gerir estes espaços mas já que os tem, tem de saber o que quer fazer com eles. Se são meros locais comerciais ou se, propriedade da autarquia, podem e devem ser potenciados e integrados numa politica de promoção do concelho.

Entendo que estes espaços devem obedecer, não ao lucro, não a ser mais um, mas a uma política de turismo paisagístico, gastronómico e cultural integrada no concelho e na região e que faça a diferença.

Não basta concessionar um bar/restaurante e depois lavar as mãos. Não. A concessão destes espaços como a do Viveiro das Trutas  deveria inserir-se numa estratégia mais alargada de dinamização da Freguesia de Campelo, como um todo, do concelho e da região.

Estes espaços deveriam ser olhados como espaços de “vida permanente” e não entregues a soluções de recurso e casuísticas como no caso de Campelo.  O espaço deve ser apoiado e acompanhado de forma a ter uma capacidade crescente de atracão e a assumir-se como uma mais-valia turística e económica a que a Quercus não pode ser alheia. 

Neste sentido o espaço deveria ter sido mais cuidado para marcar a diferença e não ser mais um. A decoração e o mobiliário deveriam ter sido integrados no ambiente onde está situado. A ementa deveria ser pensada tendo em conta   a gastronomia local, em paralelo com uma carta de vinhos que com ela dialogasse, o serviço idem. As acessibilidades teriam de ser olhadas de outra forma, tal como as comunicações que são indispensáveis.  Uma boa  divulgação e promoção contribuem para fazer a diferença. A instalação de um terminal multibanco seria conveniente.

A integração bem pensada do Restaurante do Viveiro das Trutas na Freguesia e no Concelho pode contribuir para a criação de emprego, para a dinamização do comércio e servir como parceiro essencial no turismo em territórios envelhecidos, que perdem população todos os anos e que estão económica e socialmente afastados da média nacional.

Sem uma política integrada de dinamização e promoção do concelho quem pretende investir em Figueiró dos Vinhos vê o seu esforço gorado porque é de certa forma abandonado à sua sorte.

Ainda na última reunião de câmara constatei o alerta do PSD relativamente aos empresários que estão a desistir de investir no parque industrial. Hoje falamos de um espaço ímpar no concelho que encerrou e que tanto merecia que estivesse em pleno funcionamento. Pela freguesia. Pelas Pessoas. Pela nossa terra.

O concelho está a perder, ano após ano, atractividade e poder de compra e sem emprego e sem opções está cada vez mais deserto.

É preciso inverter esta tendência e  não baixar os braços sob pena de perdermos o caminho do desenvolvimento e do progresso, mas isso só se faz se resistirmos ao facilitismo, à propaganda mediática e a decisões avulsas, como as que presidiram à  abertura deste espaço que como agora se vê sem qualquer tipo de sustentabilidade a médio e longo prazo.

 

 

 

 

 

 

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